Sou brasileira e desisto sim.
Luto, me esforço e dou o melhor de mim para tudo e sempre. Porém, acho que a gente deve saber a hora de abandonar o barco, de deixar a maré levar.
E sinto que se essa hora já não chegou, está pertinho.
O entusiasmo, o otimismo, a persistência vão dando lugar ao cansaço, desanimo e o "depois".
A gente começa a pensar duas, três, quatro vezes antes de responder até a um "oi". Começa a pesar os prós e os contras e inevitavelmente vem a pergunta: "Será que ainda vale a pena?"
E o esforço vai diminuido gradativamente. Assim como o entusiasmo e o otimismo.
Logo, toda aquela angústia vai desaparecendo, é tomada por um outro sentimento que, para mim, é o pior de todos: o descaso.
Tanto faz.. tanto faz.. tanto faz..
Deixa pra lá.
Já não faz mais sentido. Não como antes. Já nã se tem o mesmo significado.
E no final da soma, o resultado vai ficando negativo.
Culpa de quem? Minha? Sua? Do tempo?
Um pouco de cada um.
Dizem que o tempo cura, será? Acho que no meu caso só piora.
Aquela saudade que de repente batia, assim, de uma hora pra outra, já não aparece há algum tempo. Fui me acostumando.
Ela tá aqui, quietinha. Não se mexe.
O cansaço tem roubado cada vez mais a cena e o comodismo vem na cola.
Se dependesse só de mim, mandava todo mundo embora e ficava só com a alegria como companhia.
A alegria anda junto com a atenção e, agora, estão caminhando lá longe, esnobes.
Não vou mendigar alegria e muito menos atenção. Não por arrogância, mas por valor.
Nunca precisei de migalhas de nada nem ninguém e não é agora que vou aceitá-las.
Não me contento com pouco de alguém porque sei que além de querer, eu mereço mais.
Vou fazer o que tiver de ser feito, mesmo que o coração peça mais um tempo.
Vou fazer.
Vou fazer..
Vou fazer?
Me esqueci que há mais um coadjuvante: dona esperança.
Essa é a mais chata de todas.
Não me larga nunca.
Isso era o que pensava, mas hoje vejo que ela também está indo embora.
Tá pequenininha.
Mas ainda está aqui.