segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Roda Viva



Últimos tempos, e um incentivo pra @cahsch!

"Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu. A gente estancou de repente ou foi o mundo então que cresceu? A gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar, mas eis que chega a roda viva e carrega o destino prá lá ... Roda mundo, roda gigante. Roda moinho, roda pião. O tempo rodou num instante, nas voltas do meu coração... A gente vai contra a corrente até não poder resistir. Na volta do barco é que sente o quanto deixou de cumprir. Faz tempo que a gente cultiva a mais linda roseira que há, mas eis que chega a roda viva e carrega a roseira prá lá... Roda mundo, roda gigante. Roda moinho, roda pião. O tempo rodou num instante, nas voltas do meu coração... A roda da saia mulata não quer mais rodar não senhor. Não posso fazer serenata, a roda de samba acabou... A gente toma a iniciativa, viola na rua a cantar, mas eis que chega a roda viva e carrega a viola prá lá... Roda mundo, roda gigante. Roda moinho, roda pião. O tempo rodou num instante. Nas voltas do meu coração... O samba, a viola, a roseira que um dia a fogueira queimou, foi tudo ilusão passageira que a brisa primeira levou... No peito a saudade cativa, faz força pro tempo parar, mas eis que chega a roda viva e carrega a saudade prá lá ... Roda mundo, roda gigante. Roda moinho, roda pião. O tempo rodou num instante. Nas voltas do meu coração..."

(Chico Buarque - o homem mais lindo do mundo!)

sábado, 23 de outubro de 2010

Nietzsche interrompido..

Desde zigoto, escutei Rock e MPB. Meu pai, roqueiro cabeludo. Minha mãe, leve e bem brasileira.

Quando nasci, meu pai compôs uma música para me ninar. Na guitarra. E diz minha mãe que essa música aliviou muitas das minhas cólicas. E tocava Caetano, Vínicius, Chico e Toquinho.

Aos 3 anos aprendi a cantar Mercedez Benz da Janis. Cantarolei tudo enrolado na sala e os olhos do meu pai se encheram de lágrimas me observando do corredor.
Chorava de medo de Time do Pink Floyd, mas curtia Hotter Than Hell do Kiss. Adorava o Verde Anil Amarelo Cor de Rosa e Carvão da Marisa. E achava graça meu pai cantar Yellow Submarine com a voz do Pato Donald.

Me mudei pra casa dos meus avós. Mamily começou a trabalhar e eu ficava com eles e com as tias. E as influências começaram. Passava o dia com as tias, elas ouviam pagode. "Marrom bombom, marrom bombom..." Em pouco tempo tava sabendo a programação da Band FM de cór.

Pra desespero do dad que tentava consertar: Chegava em casa depois do trabalho, pegava a guitarra e sentava comigo. Cantávamos muito Mamonas Assassinas, que era o auge, e Raul. "Era uma veeeeeez, um sábio chinês.."

Além de tudo isso ouvia os meus cd's da Angélica, da Eliana e do Castelo Rá-Tim-Bum. Tinha também um vinil da TV Colosso. Nunca gostei da Xuxa.

Com 6 anos dançava É o Tchan e sabia a letra de Antes das Seis do Legião. Durante a semana ouvia o que as tias ouviam e dançava. No fim de semana, saía com o dad pra comprar brinquedo e ouvia Gilberto Gil. Realce era a preferida. Fui pra Porto Seguro e voltei com um cd Axé Bahia.

Era assim. Ouvia um cd do Só Pra Contrariar, e logo depois um do Barão Vermelho. No som do carro, durante as viagens, ouvia sempre o Acústico dos Titãs. Sabia cantar quase todas, gostava de Marvin e tinha pesadelo com O Pulso. Voltava de viagem e lá vinham as tias com o pagode de novo.

Houve um tempo que elas viraram fãs do então Nativus. "Deeeeeixa o menino aprender oiáiá" A fase menos pior, segundo meu pai.

Ah, e teve a época do Planet Hemp e Gabriel o Pensador. Aí até meu pai tava junto. Na verdade, ele que apresentou a elas o Usuário, primeiro do Planet. Cantávamos todos Legalize Já no talo. Mamily e vó ficavam loucas. "Olha a musicalidade desses caras, a pegada, esse baixo.." E Maresia do Pensador, que na minha ingenuidade falava da praia de Maresias.

Aos 10 anos, fui num show que agora não me lembro se era da Nativa ou da Gazeta, no Ibirapuera, dia das Crianças. Braço engessado e tudo. Eu, Mara, Dri, Cici, Leo e Apary. Pronto, me apaixonei pelo KLB.

Na segunda feira depois do show já fiz o dad me dar os dois cd's. Em duas semanas já sabia os dois cd's de cór. Logo influênciei a @cahsch, que devia estar com 7 ou 8 anos.

E foram 3 anos de tortura pra família toda. Eu respirava KLB. Tinha uma parede lotada de pôsters e fotos, o bolo do meu aniversário de 11 anos tinha o rosto deles de papel de arroz. Em Agosto de 2002, fui ao primeiro show deles no Olympia. Quase morri de tanta emoçãozinha.

E até os 13 anos foi assim. Fui em todos os shows do KLB. Fechados, pq os de graça meu pai me proibiu hahaha. Ia com mamily, ou o dad pagava pra Dri e a Apary irem comigo.

Até que cansei deles. Na rádio da perua, a caminho da escola, quem mandava era o Rodrigo. Ouvíamos então a 89, que era a Rádio Rock. Em casa, meu pai ouvia a Kiss ou a Mix, que era decente.

Com as tias, ouvia a Band ou a Metropolitana. E comecei a gostar de Black. Comprei um cd do Nelly. Ah sim, antes saía com o dad pra dar uma volta e comprar brinquedo. Todo fim de semana. E, a esta altura, os brinquedos foram substituídos por cd's e roupas. Um sábado comprávamos um cd, no outro, uma Melissa ou - talvez a parte que mais me envergonhe na vida- roupa na Planet Girls. Eu não me orgulho de ter usado roupas da Planet, gente. Não mesmo. Ter gostado do KLB e de pagode me dá menos vergonha.

Enfim, eu estava tão perdidinha na vida que em um dia comprei o Live in Texas do Linkin Park, o Nellyville do Nelly, o Justifield do Justin Timberlake e o Malhação Nacional. E amava todos. Nesse mesmo dia, fomos jantar no shopping e ainda comprei o The Eminem Show e o Acústico da Cássia Eller. Uma pequena saladinha musical. Mas preferia o black do que o rock. E criticava as "velharias" que meu pai ouvia, pq achava que era coisa de tiozão.

Aos 15, eu era chatinha e metida a rebeldezinha em casa. Tinha 1 milhão de inseguranças e dúvidas. Um dia ouvi Filho Único do Cazuza. Descobri o amor da minha vida. Tudo que eu queria falar mas não conseguia, o Cazuza já havia falado em alguma música. Voltei a ouvir Legião. Descobri Renato falando também o que eu queria falar. Mas sempre me identifiquei mais com o Caju.

Pronto, sr Carlos Julian! Sua filhinha está salva!

Passei a ouvir mais mpb e rock. Tudo se encaixava perfeitamente em alguma parte da minha vida. O primeiro contato foi assim, com a letra. Depois aprendi com o dad sobre as melodias. A diferença entre uma música bem feita, feita com o coração pra essas merdinhas pré-fabricadas, já pensadas em virar chiclete. Depois veio a Bossa e o Blues. Que delícia a voz da Billie Holliday!

Em 2007 fui no meu primeiro show de rock. Último show do Barão Vermelho no Tom Brasil. Chorei horrores. Era aquilo que eu queria pra minha vida. E o primeiro ataque de groupie hahaha Em abril do mesmo ano, Aerosmith com abertura do Velvet Revolver. Primeiro show internacional já em grande estilo. Tyler e Slash na mesma noite. Inesquecível.

Desde então foram: Capital Inicial, 3 do Rodrigo Santos (queridíssimo baixista do Barão), Rita Lee, 2 do Frejat, Kiss, AC/DC, Aerosmith de novo e Bon Jovi. A maioria Vip e/ou grade.
Cada um marcou de algum jeito, mas o segundo do Aerosmith, nesse ano, foi o melhor de todos para mim. Não dá pra explicar o que se passou nesse show.
E o Bon Jovi foi o mais lindo. Choray horrores. Set list de arrepiar, 3 horas de show. GENTE, eu ouvi Bed Of Roses ao vivo.

Enfim, ouvindo tudo que eu ouço e tendo visto esses shows, eu me pergunto: "Como pode essa gente gostar das merdas de hoje em dia?" É tanta coisa ruim e de tantos estilos diferentes. Tem o Restart, o Cine, o Fresno, o NXZero, o Justin Bieber, o pagode de sempre, o sertanejo e mais uma infinidade. Peloamor! São todas coisas (pq não dá pra chamar de música) fabricadas pra massa. Dois ou três acordes e uma letrinha melacueca. É fórmula isso. E enfiam goela abaixo da galera pra fazer os produtorezinhos ganharem dinheiro (vide Rick Bonadio e Tutinha). É coisa pra gente medíocre. Se vc é criança ainda, é entendível. Se vc tem 12 anos e acha o Restart lindo, sussa. Um dia vc vai crescer e vai dar risada disso. O mesmo vale pro Luan Santana. Nessa faixa etária normalmente surge o primeiro amorzinho, e a menina anda toda sonhadora. Essas músicas acabam fazendo sentido pra ela. E os meninos dessa idade, ouvem pra fazer sucesso com as meninas. É totalmente normal.

Passou dos 15, 16 anos a pessoa ainda acha o máximo esse povo e odiando ler.. OI?! Isso é falta de cultura. E vc se tornará uma pessoa média, fácil de ser manipulada por gente como o Rick Bonadio, que não quer te dar qualidade, só quer saber do dinheiro dele.

Parabéns, vc é só mais um número nesse mundão de meldelz.

Mas pior que ser só mais um número é quem se diz eclético. Jesuuuuus! Vc não é eclético, na verdade vc não tem personalidade. Ou é bipolar, sei lá. Não vem me dizer "ah, eu gosto de tudo. Ouço Rebolation e Iron Maiden." Vc é a pessoa mais desinteressante e brochante da face da Terra. Não tem como alguém ser assim. Vc se identifica com a dor de corno do sertanojo e com o punk dos Ramones? TEM ALGO DE ERRADO AÍ!

Não há problemas em ser flexível, uma metamorfose ambulante. A gente muda muito na vida. Mas sempre fica a essência.

Eu respeito quem gosta das coisas comerciais, é uma opção sua.
Agora os que se dizem ecléticos, não têm o meu respeito não.
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#VouConfessarQue escrevi isso num momento de ódio supremo, o qual estava estudando Nietzsche quando o vizinho liga o som do carro com Zezé di Camargo e Luciano no último volume.

Fim.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Lou to my Lu :)






"Só aquele que permanece inteiramente ele próprio pode, com o tempo, permanecer objeto do amor, porque só ele é capaz de simbolizar para o outro a vida, ser sentido como tal. Assim, nada há de mais inepto em amor do que se adaptar um ao outro, de se polir um contra o outro, e todo esse sistema interminável de concessões mútuas... e, quanto mais os seres chegam ao extremo do refinamento, tanto mais é funesto de se enxertar um sobre o outro, em nome do amor, de se transformar um em parasita do outro, quando cada um deles deve se enraizar robustamente em um solo particular, a fim de se tornar todo um mundo para o outro.

É preciso que a gente seja sempre, um para o outro, duas deliciosas surpresas fecundas. Aquele mundo da fábula de La Fontaine "Os dois pombos", que aconselha aos amantes: "Amantes, felizes amantes, vocês querem viajar? Que seja pelas margens próximas/Sejam um para o outro um mundo sempre belo, sempre diverso, sempre novo./ Sejam um todo um para o outro, contem por nada o resto"."

Lou Salomé.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

THAT'S The end

Gente, peloamordedelz. Vcs vão me matar, mas essa eu prometo que é a última vez que eu edito esse blog hoje! Hahahaha




Então, depois de discussão enoooorme, ciúme (siiim, Martina tem ciúme! e o Álvaro se aproveitou disso hahaha) e enfim uma conversa amigável, ladies and gentlemen eu anuncio que Martina conseguiu se desculpar com Álvaro.

E pelo que fiquei sabendo, a conversa terminou com o seguinte dizer de Álvaro:
"Eu te amo muito e não duvide disso!"

E assim, acaba finalmente a briguinha entre os dois :)



The End.

domingo, 10 de outubro de 2010

I am so sorry

Olááá! No embalo do dia das crianças, vou dar uma de @LitaRee_Real e contar uma historinha.

Era uma vez uma menina que andava tristinha e desiludida da vida. Seu nome era Martina.
Tinha muitos amigos e uma família adorável. Davam-lhe tudo que queria mas faltava alguma coisa.
Por causa dessa falta que sentia, Martina era muito inconstante. Acordava sorrindo, mas bastava um fio de cabelo fora do lugar, ficava para matar um!
Martina tinha um amigo com quem conversava havia mais ou menos um mês, Álvaro. Os dois tinham muito em comum. Falavam sobre cinema, livros e principalmente música.
Aos poucos Martina foi enxergando Álvaro com um brilhinho a mais nos olhos. Ele era muito gentil, educado, inteligente e além de tudo muiiiiiiito bonito. Sempre muito atencioso e carinhoso com ela.
Martina não sabia muito bem como aconteceu, mas um dia se viu apaixonada por Álvaro. E ele por ela.
Como disse, não se sabe ao certo como foi. Talvez o dia em que passaram quase doze horas conversando tenha dado um empurrãozinho..
Pronto! O vazio dentro dela foi preenchido.
Álvaro era um príncipe! Mensagens na madrugada, elogios mil, deixava-a cada vez mais encantada. Estava também com a pele mais macia, o cabelo mais brilhante e comportado.
Achou quem a completava.
E foi um passo para descobrirem que era amor!
Ah, que linda história!

Até que um dia, após uma discussãozinha, Martina estava deitada no sofá e um duendezinho do mal soprou em seu ouvido uma idéia absurda. Ela falou para Álvaro, que ficou muito bravo. Martina nunca o viu falar daquele jeito. Percebeu então a besteira que tinha dito e ficou desesperada. Mas já era tarde, já tinha feito.
Ainda conversaram um pouco, Álvaro explicou o que se passava em sua cabeça, disse que iria esquecer o que ela havia lhe dito, mas que não seria mais o mesmo.
Martina ficou muito triste. Magoar o seu príncipe? Que idiotice! Mas nada de ficar chorando, porque (por mais chorona que seja) não vai ajudar em nada.
Resolveu então que vai reconquistá-lo, que leve o tempo que tiver de levar. Ela espera. Que faça o que tiver de fazer, ela faz. O erro foi seu e está disposta a contorná-lo.

Como disse à Álvaro: Martina, apesar da mancada, continua sendo a mesma "Senhorita Martina" de sempre; que é na vida de Álvaro "uma nova canção..", quem ele faz feliz e ama e que ela ama muito dá o mundo pra o ver feliz e que ele sabe que pode sempre contar quando estiver mal e que ainda vai lhe escrever mais cartinhas daquela do seu aniversário, a mão, num papel de fadinhas e que tem o como um príncipe. Não é agora que ele vai voltar a tratá-la como antes, mas vai voltar! Ela vai conseguir! Nada na vida é fácil de conseguir, mas por Álvaro vale a pena qualquer coisa.
Se arrependimento matasse, estava dura e seca!

Ela pediu para deixar aqui um trecho de uma música para Álvaro:
"What i'd give to run my fingers, through your hair
To touch your lips, to hold you near
When you say your prayers, try to understand
I've made mistakes, i'm just a man(...)
cause those words are mine
To say to you till the end of time and
I will love you, babe (...)
Take a look at my face
There's no price i won't pay
To say these words to you(...)
But babe if you give me just one more try
We can pack up our old dreams and our old lives
We'll find a place where the sun still shines and
I will love you, babe, always"


Esperemos então o próximo capítulo!
(E torçam para a Martina.)